quarta-feira, 5 de junho de 2013

Páginas da minha vida...

Sempre tive paixão pela escrita. Escrever sempre foi o meu forte, mais do que a própria leitura. Fui alfabetizada por uma freira numa igreja perto de casa. Lembro que a tia Cida nos ensinava com muito carinho as primeiras letras e os sons que produziam. Tínhamos contato diariamente com a leitura, pois participávamos da missa das oito e encenávamos pequenas peças religiosas. Continuei os estudos numa escola municipal chamada" Maurício Simão", onde tive contato com várias histórias contadas pela tia Tuca, minha segunda mestra. Ingressei na 1ª série com cinco anos e foi às escondidas, pois a diretora indeferiu minha matrícula por conta da idade. Minha primeira professora, Maria Argentina Rodrigues Pimentel, acompanhou-me durante toda minha vida: ministrando aulas nos dois primeiros anos do ciclo I, depois exercendo função de vice quando eu trabalhava na secretaria da escola e, por fim, aposentando-se como minha diretora em 2010. Lembro, também, que utilizávamos uma cartilha chamada "Caminho suave", cantávamos e estudávamos todos os hinos, participávamos de concursos de leitura ( jograis ou poesias ) e redação. Ufa! Como podem ver, sempre líamos, apresentávamos ou escrevíamos alguma coisa. Não tinha escapatória!
Uma situação que marcou uma fase de minha vida foi a que ocorreu quando eu cursava a antiga 4ª série. Minha professora, a dona Mirtz, incumbia-nos de recontar os fatos históricos referentes às datas cívicas aos colegas de outras salas. Detalhe: o grupo escolhido tinha que estar caracterizado conforme a data. Eu, muito pé-frio, peguei justamente a Independência do Brasil. Nem preciso contar o que aconteceu...
Na 5ª série, a professora Marlene, presenteava-nos com coleções de livros; na 6ª, o professor Nicola trabalhava com livros da série Vagalume; na 7ª, o mestre João promovia concursos entre as turmas e, na 8ª, a professora Massaco adorava seminários de obras literárias.
Infelizmente, não dispúnhamos de tanta tecnologia como as de hoje, todavia, aprendemos e desfrutamos de um conhecimento de mundo imensurável.

Enfim, jamais esquecerei do incentivo à leitura oferecido pelos meus mestres, pois, graças a eles, tornei-me uma ideia ilimitada de liberdade, mostrando que o perfeito vem da busca infinita pelo melhor. Algumas obras que marcaram minha vida e ajudaram nas escolhas que fiz: “A história de Fernão Capelo Gaivota” e “Longe é um lugar que não existe”, de Richard Bach; “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto, que é minha grande paixão; e “Os Lusíadas”, de Camões, o qual tive o privilégio de assistir na antiga Estação Júlio Prestes.

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